(fotografias cortesia de Manuel Teles)
Calíope esteve cá…
mas, foi-se
A
pluralidade de modelos de comunicação representados ilustra a persistente
vontade de promover o entendimento, bem como, a complexidade que o processo
implica. A palavra, registada em signos gráficos, inscreve-nos na História,
definindo cronologias e estruturando o pensamento. O autor revela-a num rolo metálico
que gira, ao toque, repetindo as palavras como uma roda de orações repete as
mantras. A oração é assumida como forma primeira de comunicação, da proposição
da gramática à retórica, anuncia-se como caminho percorrido em cada palavra
criada e dita. O livro guarda as palavras e o discurso liberta-as no espaço. A esta
perturbadora densidade de linguagens o autor opõe a persistência na escuta,
sugerindo a humildade desejável ao entendimento.
Emilia Nogueiro