EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL | DIÁRIOS GRÁFICOS
Sobre a exposição
Os diários gráficos do Marco Costa têm mais desenhos que dias. Esta ânsia experimental pela plasticidade do desenho seduz-nos a espreitar o quotidiano registado nos quase vinte cadernos expostos. Se bem que, na verdade, as obras não estejam expostas, mas, partilhadas, e na condição de serem exploradas devagarinho, porque são diários pessoais e, enquanto tal, têm sempre algo de secreto, que intima o observador à cuidadosa invasão do privado.
Os diários gráficos do Marco Costa têm mais desenhos que dias. Esta ânsia experimental pela plasticidade do desenho seduz-nos a espreitar o quotidiano registado nos quase vinte cadernos expostos. Se bem que, na verdade, as obras não estejam expostas, mas, partilhadas, e na condição de serem exploradas devagarinho, porque são diários pessoais e, enquanto tal, têm sempre algo de secreto, que intima o observador à cuidadosa invasão do privado.
Às
vezes são quase pequenas narrativas, contos, descontinuados e reunidos em
conjunto apenas porque o formato do caderno assim os obriga.
O
suporte é o fólio, em cadernos de formatos variados, desde o caderno de notas
de bolso com folhas brancas ou quadriculadas, a caderno de argolas, e/
ou em cadernos resgatados e reutilizados. Todos estão intensamente preenchidos
do princípio ao fim.
Acompanham
o desenho, colagens e assemblagens de bilhetes e etiquetas, excertos de textos
e comentários que traçam o quotidiano do autor desde 2009 até ao presente. Mas
é o interior do processo criativo e exploratório do desenho que propicia a intimidade
da descoberta das centenas de registos de detalhes anatómicos, do rosto e mãos
em gestos bruscos ou suaves; figuras públicas e privadas, em silhuetas isoladas
ou em grupos alvoroçados. A figura humana na pluralidade de movimentos, formas,
atitudes e expressões é o elemento mais amplamente explorado nos exercícios das
potencialidades do desenho, e dos materiais, também eles plurais com predomínio
da grafite, do carvão e das esferográficas. As linhas curvas dos corpos
contrastam com as formas concretas das letras e números, tramas e padrões e uma
imensa variedade de objectos do quotidiano que emergem nas atentas composições
que o autor, mais que uma vez por dia, regista.
O
conjunto de desenhos do Marco Costa agora exibidos comove pelo virtuosismo no
domínio das técnicas, mas, sobretudo pela constante prática e experimentação, pela
continuada inquietação por ver e descrever.
Emília
Nogueiro
Sobre o autor:
Sobre o autor:
Marco António Costa
Vila Nova de Gaia, 1978;
Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP);
Mestre em Arte Multimédia pela FBAUP;
Doutorando em Arte e Design pela FBAUP;
Docente do Departamento de Artes Visuais da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança;
Membro do Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (I2ADS);
Participou, desde 2001 em mais de 90 eventos expositivos ligados ao Design, Artes Plásticas e Multimédia.
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