quarta-feira, 29 de junho de 2011

Escultura | João Ferreira | Clube Literário do Porto | Inauguração 18.00 | dia 2 Julho

(Fotografia José Pessoa)

Teimosias XXII
A exposição “Teimosias XXII” reúne alguns trabalhos executados ao longo da última década, onde é evidente a dominância dos materiais autóctones transmontanos nas madeiras escolhidas, com predomínio da Nogueira, Castanho e Olmo. Este aspecto caracteriza a obra plástica de João Ferreira e é intensificado ao longo de todo o processo criativo, que se inicia na escolha da árvore, no posterior corte e secagem da peça de madeira, finalmente no talhe directo do objecto, retomando assim uma concepção quase mítica da prática escultórica.
Nesta atitude persiste o eco das linguagens criativas com que o autor se foi cruzando, desde o forte carácter transmontano, à experiência nas Ilhas Bijagós com mestres de escultura ritual animista.
A madeira, sempre em peça única, domina e intervém como elemento estruturante do objecto escultórico final. É a madeira que amacia, que conforta os metais corrompidos, assumindo a voluptuosidade do corpo vivo, a palpitação biomórfica que as obras nos evocam.
Os metais usados são materiais desprezados, frutos da sociedade de consumo rápido e sôfrego. São partes outrora integradas em máquinas agrícolas que por serem obsoletas desarticulam-se em abandono, reflectindo o afastamento observável em todo Trás-os-Montes, que o autor “teima” em questionar.
c l u b e l i t e r á r i o d o p o r t o
Rua Nova da Alfândega, 22
4050-430 PORTO
aberto de segunda a domingo,
9h30 à 1h

terça-feira, 14 de junho de 2011

João Ferreira | escultura | Melhores dias virão… ou não Galeria HISTÓRIA E ARTE


“Melhores dias virão… ou não” é o título da série de esculturas de João Ferreira agora mostradas na galeria História e Arte e que resultam do trabalho dos últimos meses.
Na continuidade do processo exploratório da dualidade entre materiais orgânicos e inorgânicos, madeiras e materiais metálicos, a colecção de objectos escultóricos do João Ferreira agora exibida, revela nos temas uma inquietação angustiada pela actual realidade social.
Imersas em intensas interpretações iconográficas as obras do autor evocam a força simbólica do objecto como se a obra autentificasse a alegoria simbolizada, como se de arte sacra se tratasse.
Assumindo essa coerência a presente exposição confronta-nos com temíveis alimárias e vorazes pragas todas conjugados para intemporalmente nos atormentarem. Parece que assistimos à ilustração volumétrica dos receios latentes na presente conjuntura. Os medos evocados não são novos, e podemos reconhecer mitologias clássicas, bestiários medievais e até canções revolucionárias de contestação, que diacronicamente nos testemunham o que apesar das distâncias temporais e espaciais, se mantém imutável e portanto pertinente para ser questionado hoje como no passado.

Inauguração sexta-feira 17 de Junho, às 17.30 na Galeria HISTÓRIA E ARTE
Convidamos-vos a brindar connosco desta vez forçosamente com sangria! :)
Agradecemos a vossa visita!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

VISITAS GUIADAS AO PATRIMÓNIO HISTÓRICO DE BRAGANÇA


Interior da Igreja de São Vicente.
Conta a lenda que foi neste templo que casou em segredo D. Pedro I com a sua amada D. Inês de Castro, o ritual não ilumina a morte trágica de D. Inês, mas legitimou o mito na memória da população local. Os documentos de meados do século XIII já referem a freguesia de São Vicente, provavelmente a sua edificação é da 1ª metade do mesmo século. A maioria da decoração interior é de finais do XVII, princípios do século XVIII. A capela-mor está revestida a talha dourada de esquema barroco nacional tem uma abobada policromada decorada com intrincadas composições vegetalistas estranhas figuras híbridas e aves”…depois continuo a orientar os olhos dos visitantes para os detalhes escondidos e a perpetuar as histórias que eles encerram…
De todos os espaços que exploro nas minhas visitas guiadas as igrejas são os meus favoritos, por vários motivos: porque é fácil que a voz se espalhe por todo o edifício sem qualquer esforço; porque os visitantes estão confortavelmente sentados apenas tendo que direccionar o olhar para o detalhe apontado mas sobretudo porque são inesgotáveis confidentes da memória colectiva da minha terra e ainda têm tantas histórias por desvendar…