domingo, 22 de junho de 2014

Inauguração | Exposição | João Ferreira | sexta dia 27 de Junho | Galeria História e Arte | Bragança


Do gesto
Da palavra
João Ferreira | escultura | 2014

 Não se trata de uma visão maniqueísta da realidade, mas de uma narrativa exploratória dos claros-escuros que lhe definem o caminho. A inquietação no prazer de por as mãos a fazer coisas define obstinadamente o processo criativo do João Ferreira, sempre corpóreo, concreto, objectual e enraizado na intemporalidade do gesto.
A persistente vontade de transformar e reutilizar materiais desprezados supõe mais que uma crítica ao consumo contemporâneo pois assume a intervenção como acção sobre o objecto que descontextualizado da sua funcionalidade é interpretado na obra como matéria-prima. A sujeição aos recursos desaproveitados não constitui por isso uma limitação, sendo até propiciadora à continuada experimentação plástica que consolida o percurso do autor.
Simultaneamente a talha das madeiras autóctones evidencia a força do território que sempre transpira dos materiais naturais que, com as mãos, João Ferreira transforma. A Nogueira, o Carvalho, o Castanheiro e o Olmo, compartem o tempo e o espaço que guardam dentro impondo-se na obra como elemento revelador do diálogo que com o escultor mantêm. É a esse diálogo que o autor humildemente se entrega na incessante procura da forma comunicante.
A presente mostra dos trabalhos escultóricos do João Ferreira reúne as obras produzidas nos últimos meses, ocupando as duas salas de exposição da galeria.
A primeira sala sugere uma visão irónica do quotidiano, um quotidiano cheio de figuras risíveis no gesto e na atitude. O humor confronta-nos com clichés e causas com que a diário tropeçamos, assumindo-se como resposta compensatória à disfuncionalidade que nos acompanha.
A sala interior provoca uma reflexão mais séria, menos risível e inquestionavelmente mais perturbadora. Todo o espaço nos confronta com o Verbo entendido como Palavra, Discurso, Comunicação. O autor usa a oratória ou as novas e velhas tecnologias da comunicação para tentar entender ou questionar o aparato criado para facilitar a linguagem. Aos modelos de comunicação sugeridos opõe a persistência na escuta, sugerindo a humildade desejável ao entendimento.
Emília Nogueiro

terça-feira, 3 de junho de 2014

Marco Costa | caderno de esboços ou a arte desinteressada | palestra | galeria HISTÓRIA E ARTE | 04 de Junho 2014 | 17.30h

Viva!
É com muito gosto que convidamos para assistir à palestra de Marco Costa "caderno de esboços ou a arte desinteressada" articulada com a presente exposição individual dos diários gráficos do autor "entre o desenho e o coração".
Amanhã, quarta-feira dia 04 de Junho às 17.30
Agradecemos a vossa presença :)