segunda-feira, 2 de agosto de 2021

João Ferreira - Janjã | Escultura Menina Música | 2021 Exposição Coletiva | Subitamente a Esperança

A estrutura das cordas de um piano de cauda destruído e abandonado foi o elemento que convocou João Ferreira a começar a obra. De tudo fica um pouco. Agora colocada na vertical a estrutura de cordas do piano é o corpo de uma Menina. A obra evoca as icónicas Meninas da corte que Velásquez pintou em 1656. Infantas refinadas e educadas, representadas no interior doméstico, em espaço privado. A Menina Música do João Ferreira, feita de restos, está contente de assumir a sua presença no espaço público. Aqui ela celebra a Arte com todos nós!
Pensada para estar junto ao Conservatório de Música de Bragança, a Menina oferece um abrigo dentro do cavername que segura as suas saias. Como as saias da Mãe, a Música, enquanto expressão universal da Arte, conforta das agruras do Mundo. Assim pensou o autor ao permitir o uso do espaço interior da escultura. Entrar de baixo das saias da Menina Música é uma viagem dentro de um cavername de refúgio em terras de sequeiro.
Na reutilização de objetos, João Ferreira aprofunda a insistência da fundação da prática artística nas memórias. Na evocação dos que antes de nós criaram, o autor participa da longa tradição dos que usam as mãos para fazer coisas. Mas, se na matéria a escultura se funda nas memórias, na forma representa uma jovem Menina. A Menina Música renova a Esperança e a Fé no futuro e convida-nos à sua fruição imersiva.
Texto de Emília Nogueiro 


Estrutura das cordas de um piano de cauda

João Ferreira a começar a obra

Pormenor do cavername que segura as suas saias da Menina

Interior da Menina

Pormenor da saia

A obra Menina Música de João Ferreira - Janjã integra a exposição coletiva Subitamente a Esperança que inaugura dia 13 de Agosto na Praça da Sé e Rua Alexandre Herculano em Bragança!


domingo, 18 de abril de 2021

Via Sacra - Capela do Divino Senhor de Cabeça Boa | Escultura João Ferreira | Passados Complexos, Futuros Diversos | Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Passados Complexos, Futuros Diversos”*, é este o tema de reflexão proposto para a comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. A Ana G. Pereira do Museu do Abade de Baçal convidou o escultor João Ferreira, além do encomendador da obra, a participar num vídeo dedicado à Via Sacra da Capela do Divino Senhor de Cabeça Boa. Para termos tempo para meditar antes de começarem as entrevistas, o vídeo começa com quase 3 minutos dedicados à contemplação do espaço e da música com que o envolvem! desfrutem da experiência!
Vídeo disponível em: https://www.facebook.com/MABacal/videos/299881641525536/

*ainda estou a refletir e penso que os futuros serão também complexos, e nesse sentido pouco diversos dos passados, mas que sei eu de futuros!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Temperança - gravura da obra "Iconologia" (1613 d.C) de Cesare Ripa

 

Há 25 séculos, 2500 anos, 913 105,497 dias (segundo o google), que Platão organizou em texto escrito as virtudes cardiais: Sabedoria, Coragem, Temperança, Justiça - Platão Républica (Livro IV, 427e), e tanto tempo passado ainda não conseguimos apetrechar-nos delas! 

Entretanto estas virtudes já foram revistas e acrescentadas por outros filósofos e ativistas. De  entre todos, o meu favorito é Jesus Cristo que lhe acrescenta o revolucionário Amor incondicional ao próximo. Em síntese são estes os valores que fomos construindo para conseguirmos viver em Paz e Bem uns com os outros, mas sobretudo connosco. Tentamos operacionalizar estes valores num sem fim de instituições, regimes, religiões, constituições e mesmo assim, parece sempre que nos é mais constante a ignorância, a covardia, a destemperança e a injustiça, pior de tudo o ódio ao próximo.

Neste difícil processo em construção, alivia-me pensar que na base está a natureza frágil, iludida e conflituosa da nossa condição de primatas sapiens. Como se não bastasse agravamos tudo no desequilíbrio das expetativas!

ps. este texto está isento de paternalismo, pelo menos assim tentei, escrevo-o para mim, para não me esquecer desta reflexão que advém da frustração, raiva e tristeza sobre a qual impus a Temperança na esperança que funcione como bálsamo! 

ps2. este texto foi escrito como desabafo depois de saber os resultados das eleições presidenciais (no nosso Portugal:) em que um partido de estrema direita teve o assustador resultado de 11,90% dos votos!!!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Votos de Ano Novo abençoado pelo Menino Jesus do presépio.

Ainda estamos com o coração apertado, como todo o mundo com o que nos caiu em cima, mas ansiosos por retomarmos as nossas atividades no projeto HISTÓRIA E ARTE. De momento ainda não há turistas para as nossas visitas guiadas ao património histórico e as exposições de artes plásticas e intercâmbios artísticos ainda não têm as datas fechadas, mas estamos a acumular vontade e energia para um regresso que esperamos próximo!

Enquanto aguardamos por essa proximidade e como em grego ático ainda não me atrevo a dizer-vos nada de inspirador, repito os votos que um amigo, que participa da santidade e por isso os votos dele são mais poderosos, me enviou:

Votos de Ano Novo abençoado pelo Menino Jesus do presépio!

Ao Amor do Menino Jesus do presépio acrescento duas obras de arte efémera do património gastronómico familiar! Como sempre, não sou eu que as faço, eu apenas divulgo! (bem, nesta instalação em concreto até participo com a salada de ananás que também tem a sua dificuldade, ok! 😉

Título: Bolo das camadas
Datas: Século XX\XXI (a prática ainda se mantém)
Autora: Maria Inês Pires Nogueiro
Materiais: Nozes; Gemas de ovo; Açúcar
Título: Pudim de maçã
Datas: Século XX\XXI (a prática ainda se mantém)
Autora: Maria Vitória Pires Nogueiro
Materiais: Gemas de ovo; Açúcar; Maçã Reineta (para desenjoar;)