quarta-feira, 21 de maio de 2008

" MUSEUS - AGENTES DE MUDANÇA SOCIAL E DESENVOLVIMENTO"



Foi este o tema proposto para reflexão pelo ICOM (Internacional Council of Museums) no passado dia Internacional dos Museus (18 de Maio). Parece evidente este papel dos museus, enquanto espaços guardadores de objectos e memórias são forçosamente agentes de mudança social e desenvolvimento, papel que pode ser partilhado por outras instituições culturais, na medida em que todos contribuem para o nosso desenvolvimento, pessoal enquanto indivíduos, e enquanto espécie… Mas, mais do que uma vez me confrontaram com o aspecto “elitista” que os museus reflectem, acusando esta ou aquela instituição museológica de espelhar uma realidade fragmentada, circunscrita a este ou àquele grupo. Na verdade considero impossível que um museu possa de per si reflectir toda a realidade, seja lá o que isso for, mesmo tratando-se de uma realidade regional ou relativa a um tema único. Se exponho aqui esta questão é porque já me foi posta por mais que um colega e sempre colegas mais doutos que eu, de cuja opinião me sirvo para me orientar no meu caminho… Na verdade julgo que existe uma certa obsessão com o compromisso social que os museus devem adoptar, não no sentido de abrir as portas a toda a população, (o que realmente considero urgente e digno de mais esforços), mas no sentido de tentar com que toda a população se sinta espelhado nos museus. Ora, parece-me absurdo, inexequível e fruto de complexos artifícios intelectuais que ainda não compreendi. Por isso pergunto: O que é que os museus devem contar?

7 comentários:

G.A.M.N.A.A. disse...

Foi bom conhecer o teu Blog.

Vem visitar-nos mais vezes e traz sugestões!

Abraçao amigo

Anónimo disse...

É verdade, hoje há a tentação de conseguir tudo, de apresentar tudo, de chegar a todos. O museu deve ser, quanto a mim, pedagógico, abrangente sem cair numa dispersão de ideias sem nexo e irreverente, no sentido de constantemente transformar a sua imagem e reconstruir-se em exposições temporárias atraentes.
Tens um desafia n'Obliviário ;)

AnaGF disse...

Acho no mínimo rebuscado, que alguém considere os museus de hoje como elitistas. Pelo contrário, do pouco que conheço das instituições, parece-me é que os pobres técnicos dos museus (ou pelo menos, aqueles técnicos que realmente trabalham dentro dos museus) andam tão assoberbados a guiar visitas, a organizar eventos para os dias disto e daquilo, a orientar ATLs para as criancinhas, etc., que pouco tempo lhes sobra para fazer aquilo para que realmente estudaram e foram contratados. Atenção, não estou a dizer que estas actividades não valham a pena, o que penso é que devem ser planeadas de forma a que o resto do trabalho não fique para trás e, de preferência, ser atribuídas a pessoas que trabalham em divulgação e comunicação. Se não há mais gente a ir aos museus, não me parece que seja por falta de eventos e abertura das instituições ao exterior. Acho que deve ser mais ou menos pelas mesmas razões que não há mais gente a ir às bibliotecas, às exposições e às livrarias. Mas sou optimista, e penso que daqui a uns anos as coisas estarão diferentes.

Art&Tal disse...

dei vista de olhos de cima a baixo

gostei sim

muito interessante

Viajante disse...

Concordo com a opinião do Nuno. E acrescento a imperiosa necessidade dos museus oferecerem produtos de qualidade (pedagógica e científica), para isso torna-se fundamental que estas instituições sejam de uma vez por todas vistas pela tutela como centros de investigação (conhecimento, ideias, projectos, iniciativas, parcerias) e não apenas montras para deleite das tias. Esse seria o grande salto para vermos os mecenas a participar em força nos museus e, por consequência, e o público a gostar de os frequentar.

Lisboa (MC/IMC) mata os museus, DEFINITIVAMENNTE!

Anónimo disse...

Quer se concorde ou não este director tem uma visão de como trabalhar e pensar um museu. Quantos directores em Portugal têm essa capacidade, para lá dos sound bytes?

«Um museu não é, em si, uma finalidade. A finalidade da cultura, da arte e dos museus é tornar-nos mais humanos. Isso remete para uma educação renovada, "na qual o museu não seja um monumento mas um livro aberto».

Manuel Borja-Villet, director do Museu Rainha Sofia

http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2008&m=05&d=27&uid=&id=262588&sid=53466

patrimonios.blog.com

alexandrecastro disse...

ola locas
uma questão interessante e com o seu quê de pertinente...!
quanto a mim subsecrevo na íntega a opinião da ana.
bj